Epidemia de influenza: o que preciso saber?

 

Recentemente voltou a circular no nosso meio o vírus influenza, principalmente o influenza A H3N2. Além disso, o SARS-CoV-2 segue em circulação. Ambos provocam quadros de síndrome gripal, em geral indistinguíveis sem a testagem laboratorial. Por esse motivo, nesse momento epidemiológico, quadros de síndrome gripal devem sempre levantar as suspeitas de COVID-19 e gripe.

 

O que define a suspeita de síndrome gripal?

 

Pessoa com quadro respiratório agudo, caracterizado por febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, congestão nasal, dores musculares, distúrbios olfativos ou gustativos, fadiga, vômitos e/ou diarreia. Não é necessário que todos esses sintomas estejam presentes.

 

Qual o período de incubação da influenza?

 

O período de incubação da influenza, ou seja, o tempo entre o momento da infecção e o início dos sintomas, é de 1 a 4 dias (em média 2 dias).

 

Qual o período de transmissibilidade da influenza?

 

O período de transmissibilidade da gripe é de 1 dia antes do desenvolvimento dos sintomas até 5 a 7 dias após o início dos sintomas no caso de adultos.

Mas atenção: crianças podem transmitir o vírus por mais tempo, até por 14 dias! Pessoas imunossuprimidas também podem transmitir o vírus por períodos mais longos.

Para encerrar o isolamento, além do tempo, também é importante que a pessoa esteja sem febre há pelo menos 24 horas.

 

Como é feito o diagnóstico laboratorial da influenza?

 

Existem dois tipos de exames que podem ser feitos:

 

  1. RT-PCR: a amostra clínica preferencial para RT-PCR é a secreção da nasofaringe coletada através de swab. O período para coleta é preferencialmente entre o 1ºe o 8ºdia a partir do início dos sintomas.

Obs: Deve ser feito o diagnóstico diferencial com COVID- 19. É possível testar ambos na mesma amostra, através de painéis virais, ou de maneira separada.

 

  1. Teste rápido de antígeno para influenza A/B: também pode ser colhido entre o 1ºe o 8ºdia a partir do início dos primeiros sintomas.

Obs: Deve ser feito o diagnóstico diferencial para COVID-19. É possível fazer testes de antígeno separados ou testes que contemplam os dois vírus na mesma amostra.

 

Pacientes com influenza precisam ser isolados?

 

Sim. Deve ser mantido o isolamento por 7 dias a partir do início dos sintomas. Caso o paciente persista febril após esse período, deve se manter isolado até estar afebril há pelo menos 24 horas.

 

Quem tem risco aumentado de complicações na influenza?

 

  • Menores de 5 anos;
  • Maiores 60 anos;
  • Pessoas com doenças pulmonares crônicas (como asma e DPOC);
  • Pessoas com doenças cardiovasculares;
  • Pessoas com insuficiência renal;
  • Pessoas com hepatopatias graves;
  • Pessoas com neuropatias graves;
  • Pessoas com doenças hematológicas graves;
  • Pessoas com diabetes mellitus;
  • Pessoas imunocomprometidas por qualquer causa (como a imunossupressão causada por medicamentos, neoplasias ou infecção por HIV);
  • Gestantes e puérperas;
  • Pessoas com obesidade grave (índice de massa corporal ≥40).

 

É preciso usar antiviral?

 

Existe a possibilidade de uso do antiviral oseltamivir na influenza. A medicação apresenta maior benefício se for iniciada até 48 horas após o início dos sintomas.

O antiviral é indicado pacientes com síndrome gripal com fatores de risco para complicações e para aqueles com síndrome respiratória aguda grave (SRAG. Nos pacientes com síndrome gripal ou influenza confirmada sem fatores de risco para complicações o uso de oseltamivir poderá ser considerado de acordo com a avaliação médica. 

 

Como prevenir a gripe?

 

  • Uso de máscara;
  • Vacinação anual;
  • Isolamento das pessoas sintomáticas;
  • Higiene de mãos;
  • Ventilação dos ambientes;
  • Evitar aglomerações.