Quem vive com HIV pode ter filhos?

A resposta é sim! Com o tratamento adequado as pessoas que vivem com HIV podem ter filhos não infectados pelo vírus.

Pra facilitar nossa conversa vou dividir o assunto em duas partes: como pessoas com útero (mulheres cis e homens trans) que vivem com HIV podem ter filhos e como pessoas com testículos (homens cis e mulheres trans) que vivem com HIV podem ter filhos.

O que pessoas com útero que vivem com HIV e querem ter filhos devem saber?

Qual o risco de transmissão do vírus para o bebê durante a gestação?

Se todas as medidas preventivas forem tomadas, o risco é inferior a 1%.

Como é feita a prevenção da transmissão do HIV para o bebê durante a gestação?

Deve ser feito o acompanhamento pré-natal com o obstetra e também o acompanhamento clínico com o infectologista.

Deverão ser usadas as medicações para controle do vírus, os antirretrovirais. Essas medicações manterão gestante e bebê saudáveis. Também será usado um antirretroviral endovenoso durante o parto e o bebê usará medicações nas suas primeiras semanas de vida.

O parto pode ser normal?

Se a carga viral estiver controlada ao final da gestação, a escolha entre parto normal ou cesárea será definida pelo obstetra em conjunto com a gestante.

Se a carga viral estiver elevada, será necessária a realização de parto cesárea para reduzir o risco de transmissão da infecção para o bebê.

Pode amamentar?

Não, a amamentação está contra-indicada nesses casos.

O que pessoas com testículos que vivem com HIV e querem ter filhos devem saber?

Existe risco de transmissão do vírus para o bebê?

Apenas se a pessoa que está gestando também estiver vivendo com HIV e não estiver fazendo corretamente o tratamento. A transmissão ocorre durante a gestação, o parto ou a amamentação, e não durante a fecundação.

O que é necessário saber?

Caso se trate de um casal sorodiferente, o importante é evitar a transmissão para a parceria negativa através de métodos como o tratamento como prevenção e/ou o uso da profilaxia pré exposição pela pessoa negativa para o vírus. 

Também é possível realizar a lavagem do sêmen para a retirada dos vírus em casos de inseminação artificial ou fertilização in vitro. Esse procedimento, que é realizado em clínicas de reprodução assistida, não é essencial caso a carga viral do parceiro que vive com HIV esteja indetectável há mais de 6 meses.

 

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